Faz hoje 40 anos que vivemos o 1º de Maio mais grandioso, foi o 1º de Maio da conquista da liberdade, da democracia, foi o 1º de Maio de 74.
Graças ao MFA, ao povo festejámos então a esperança.
Os 3 direitos de então – descolonizar, democratizar e desenvolver. Permitiram que desde essa data fossem aprendendo a construir o regime democrático, o sistema político.
Hoje o balanço que fazemos é positivo, não temos guerra.
O regime democrático, permitiu alternativas e alternância.
O serviço nacional de saúde, nasceu com resultados notáveis.
A educação foi generalizada e hoje tem a geração mais bem preparada de sempre.
Criámos o modelo social, onde os mais desprotegidos têm direitos e não só ajudas assistenciais.
Tivemos níveis de emprego satisfatórios.
Criámos novas mentalidades onde a igualdade de géneros foi introduzida.
Criou-se condições para os parceiros sociais e os sindicatos e sindicalistas exercerem o seu papel.Hoje ao comemorar este 1º Maio 40 anos após, sentimos o legado que nos transmitiram com a responsabilidades acrescidas dos novos desafios deste tempo.
Se houve, como seria de esperar, divergências, essa acção passa pelas políticas de desenvolvimento.
Hoje somos confrontados com um desemprego inaceitável;
Com um empobrecimento, profissional e mesmo ideológico;
Somos confrontados com vontades de reduzir e ou mesmo eliminar o modelo social.
À geração mais velha, é confrontada com a recusa do contrato social, vendo a sua pensão e reforma, ser atingida, sem apelo nem agravo.
O número de falências é incomensurável.
A divida pública e nacional não pára de crescer.
O endividamento privado sobe, ao retirar dos impostos o plano de privatização, já transformou as maiores empresas portuguesas e empresas estrangeiras.
Na madeira, os indicadores económicos e socais, no ranking nacional pelos piores motivos.
O diálogo social é pobre
A concertação social, inexistente
A contratação colectiva um instrumento paralisado.
As organizações governamentais deste dia, destoa no plano democrático e só tem paralelo com as organizações estatais promovidas pela URSS.
Hoje, queremos afirmar o nosso compromisso com a democracia, com o diálogo e a sociedade democrática da nossa responsabilidade como parceiros.
Afirmar o nosso empenho na defesa dos trabalhadores, dos reformados e pensionistas dos jovens e das suas oportunidades.
Queremos afirmar, o empenho no rigor e na transparência.
Queremos também dizer que a economia deve servir as pessoas e não a economia.
Exigimos uma justa distribuição da riqueza e dos sacrifícios
Consideramos que existem limites e que a destruição do modelo social é um deles.
JÁ BASTA DE ESTADO MÍNIMO.
Ricardo freitas, Presidente da UGT Madeira