Sessão Comemorativa do dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho.
Realizada no Auditório da Casa da Cultura de Câmara de lobos, RAM.
No âmbito da temática a UGT Madeira, fez-se representar pela Secretária Executiva, Algerina Sónia Sousa
abordando preocupações e desafios, da UGT.
(Intervenção da Secretária Executiva da UGT-Madeira)…
A UGT foi das principais mentoras, para que este dia, fosse também assinalado oficialmente em Portugal.
Assim, em 2001 a Assembleia da República, através da sua resolução n.º 44/2001, determinou que o dia 28 de Abril fosse oficialmente consagrado como o “Dia Nacional da Prevenção e Segurança no Trabalho”.
Esta resolução colocou Portugal na vanguarda dos países que até ao momento o consagram, desta forma.
Graças ao movimento Sindical Internacional, o dia 28 de Abril converteu-se no maior evento internacional sobre Segurança e Saúde no Trabalho e atualmente é celebrado oficialmente em inúmeros países, por iniciativa de diversas organizações sindicais.
O objetivo deste dia é constituir-se em Jornada de denúncia, de sensibilização, de alerta, mas também de luta, neste nosso mundo globalizado, onde anualmente perdem a vida cerca de 2,34 milhões de pessoas vítimas de acidentes de trabalho e doenças relacionadas com o trabalho.
GRANDES DESAFIOS PARA A SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO
- A crise e os riscos psicossociais, no âmbito de segurança e saúde no trabalho
As mudanças na economia e no mundo do trabalho, a crise económica e financeira mundial, o paradigma da falência financeira portuguesa e os novos riscos emergentes, trazem à sociedade no geral, nomeadamente a trabalhadores e empregadores, novos desafios que importa analisar e antecipar.
A crise económico-financeira está a desencadear profundas transformações no mundo do trabalho, transformações que levam ao crescente surgimento de riscos psicossociais, implicando novos desafios em matéria de segurança e saúde no trabalho.
Estes novos riscos relacionados não só com o desemprego galopante, mas também com a forma como o trabalho está a ser concebido e organizado podem originar uma grave deterioração da saúde mental e física.
A insegurança no mundo do trabalho, a necessidade de ter vários empregos e a intensificação dos ritmos de trabalho podem gerar stresse profissional e assim, colocar em risco a saúde dos trabalhadores.
Este ano o “STRESSE NO TRABALHO é um desafio coletivo” é o tema da campanha do Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho.
O relatório da OIT irá chamar a atenção para as tendências globais atuais sobre o stresse relacionado com o trabalho e o seu impacto.
Hoje, muitos trabalhadores enfrentam uma pressão maior, para atender às exigências da vida laboral moderna.
Os riscos psicossociais, tais como o aumento da concorrência, as expetativas mais elevadas em relação ao desempenho e o número mais elevado de horas de trabalho, estão a contribuir para que o local de trabalho se torne um ambiente cada vez mais stressante. Além disso, devido às alterações significativas nas relações de trabalho e à atual recessão económica, os trabalhadores estão sujeitos a:
MUDANÇAS ORGANIZACIONAIS E DE REESTRUTURAÇÃO;
À REDUÇÃO DAS OPORTUNIDADES DE TRABALHO;
AO AUMENTO DO TRABALHO PRECÁRIO;
AO MEDO DE PERDER OS SEUS EMPREGOS;
A DEMISSÕES EM MASSA E DESEMPREGO, BEM COMO À DIMINUIÇÃO DA ESTABILIDADE FINANCEIRA, COM GRAVES CONSEQUÊNCIAS PARA A SUA SAÚDE MENTAL E BEM-ESTAR.
A vida dos trabalhadores europeus está a mudar a um ritmo cada vez mais acelerado e é cada vez maior, o número de pessoas que sofrem de stresse. “Em 2020 o stresse será, previsivelmente, a principal causa de incapacidade global” (OIT, 2007).
Por outro lado, a violência e a intimidação no local de trabalho, suscitam cada vez mais preocupações.
Embora afete todas as profissões e setores de atividade, é mais comum nos setores da saúde e dos serviços, podendo levar à perda da autoestima, ansiedade, depressão e até mesmo ao suicídio.
A Agência Europeia através do Observatório Europeu dos Riscos realizou um inquérito e um estudo literário sobre riscos psicossociais para ajudar a “antecipar o conhecimento dos riscos novos e emergentes”, e no respetivo relatório, elencou os 10 FATORES DE RISCO PSICOSSOCIAIS, mais importantes que foram identificados e que podem agrupar-se nas cinco seguintes áreas:
- Novas formas de contratos de trabalho e insegurança no emprego
- A mão-de-obra em envelhecimento
- Intensificação do trabalho
- Exigências emocionais elevadas no trabalho
- Difícil conciliação entre a vida profissional e a vida privada, que leva ao desgaste elevado do trabalhador (colaborador ou empregador) dando origem à depressão.
Reflexão:
“A segurança e saúde no trabalho parte de todos nós, quanto mais informados e sensibilizados, menos riscos corremos”(Algerina Sousa, 2016).
28 de abril de 2016