Presidente da UGT Madeira defende nova “cultura de negociação”

A nova presidente da União Geral de Trabalhadores (UGT) na Madeira defendeu hoje a adoção de uma “nova mentalidade” e “cultura de participação e negociação” por parte dos vários parceiros, sublinhando a necessidade de “construir pontes e não muros”.

 

“Quero terminar com o desafio mais importante: adotar uma nova mentalidade, uma nova cultura de participação e negociação por parte dos vários parceiros. Todos juntos temos de construir pontes e não muros. Senhor secretário, estamos prontos para o compromisso”, disse Leonilde Cassiano, dirigindo-se ao secretário regional da Economia, Rui Barreto, que esteve no IV Congresso da UGT Madeira em representação do Governo Regional (PSD/CDS-PP).

 

Leonilde Cassiano, da lista única candidata aos órgãos sociais da UGT, foi hoje eleita presidente do secretariado executivo com 62 votos a favor e dois contra, sucedendo a Ricardo Freitas, que atingiu o limite de três mandatos à frente da UGT regional.

Discursando no encerramento do IV Congresso da UGT Madeira, a nova presidente da estrutura na região frisou que “sem o trabalho, sem os trabalhadores não há progresso social e estes não são meros ‘colaboradores'”.

Leonilde Cassiano desafiou o Governo da Madeira, liderado pelo social-democrata Miguel Albuquerque, “a propor um programa de salários, rendimentos e preços, para a legislatura, assim como de uma concertação que envolva as políticas de desenvolvimento, de igualdade, de sustentabilidade e de formação”.

“Igualmente deveríamos tentar encontrar a convergência possível nas políticas de fiscalidade, combate à pobreza e desigualdade social”, realçou.

A sindicalista notou que, no âmbito fiscal, “tarda a utilização plena do diferencial fiscal, sobre a carga do trabalho”, lamentando que a sua utilização tenha sido feita “para o capital e para as empresas”.

Leonilde Cassiano sublinhou que para a UGT Madeira “é central e prioritário garantir o aumento real dos salários e rendimentos dos trabalhadores”.

E acrescentou que “é fundamental encontrar os melhores mecanismos que permitam reduzir os impactos da insularidade”, considerando que “não é admissível que se apregoe que foi reposto este subsídio aos trabalhadores da administração pública e a alguns do setor empresarial e na verdade o que acontece é o seu faseamento, decrescente consoante o vencimento base de cada um”.

“Para quando a verdadeira reposição para todos, ou o seu aumento num compromisso plurianual, para o seu aumento, como temos solicitado e reivindicado nos últimos cinco anos”, questionou.

“Mesmo na Administração Pública, não pode o Governo responder positivamente a alguns grupos profissionais e esquecer a grande maioria. Em particular, deve atender e nunca esquecer as carreiras regionais que são da sua inteira responsabilidade”, criticou.

No encerramento do IV Congresso da UGT Madeira discursaram também o secretário regional da Economia, Rui Barreto, e o secretário-geral da UGT, Ricardo Mourão.

 

Leia Também: Sindicatos da banca rejeitam aumento de 4% do acordo coletivo de trabalho

 

Ler noticias em noticiasaominuto.com