As alterações climáticas são uma das questões mais importantes do nosso tempo e um desafio para as gerações futuras. A crise climática impõe-se como uma nova questão na agenda dos sindicatos– a preparação para emergências é uma questão central, na medida em que o clima extremo e as mudanças nos padrões climáticos estão a afetar a segurança do trabalho e a saúde dos trabalhadores.
O aumento de ocorrências meteorológicas extremas resulta em condições de trabalho mais perigosas e inseguras para os trabalhadores e trabalhadoras em todo o mundo.
Estas mudanças nos padrões climáticos, incluem eventos cada vez mais frequentes de fenómenos climáticos extremos que podem acentuar os impactos da exposição a riscos profissionais, tais como o stresse térmico, a radiação UV, a poluição do ar, acidentes industriais graves, aumento de doenças transmitidas por vetores e aumento da exposição a produtos químicos.
Com efeito, as mudanças nos padrões climáticos estão indubitavelmente a afetar a segurança do trabalho e a saúde dos trabalhadores, e continuarão a ter efeitos prejudiciais sobre a saúde humana e nas condições de trabalho.
O Relatório da OIT “ Ensuring safety and health at work in a changing climate”(2024), cujo objetivo é sensibilizar para os impactos das alterações climáticas no mundo do trabalho, especialmente na Segurança e a Saúde dos trabalhadores releva fundamental que a “…inclusão de um ambiente de trabalho seguro e saudável como princípio fundamental e direito no trabalho significa que abordar os impactos perigosos das alterações climáticas no local de trabalho é agora uma prioridade absoluta.”
Sublinha, ainda, que são necessárias políticas específicas a nível nacional, apar de medidas preventivas eficazes no local de trabalho para proteger os
trabalhadores dos graves impactos das alterações climáticas.
Mais recentemente, um novo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), “Heat at work: Implications for safety and health”, alerta que mais trabalhadores e trabalhadores, em todo o mundo, estão expostos ao stresse térmico.
Os novos dados revelam que as regiões anteriormente não expostas ao calor extremo, enfrentarão riscos acrescidos, enquanto os trabalhadores em climas já quentes, enfrentarão condições cada vez mais perigosas.
Perante esta nova realidade, os sindicatos exigem uma ação urgente para combater o impacto dos “riscos climáticos nos trabalhadores” – os perigos crescentes que a crise climática representa para os trabalhadores e trabalhadoras em todo o mundo.
É urgente integrar a preparação para emergências nas políticas de segurança no local de trabalho, em consulta com os sindicatos.
A crise climática não é mais uma ameaça distante; é um perigo presente para os trabalhadores e trabalhadoras de todo o mundo. É imperativo exigirmos políticas e práticas robustas para proteger os nossos trabalhadores dos impactos perigosos das alterações climáticas.